quarta-feira, 17 de novembro de 2010

arte e esperança

http://www.youtube.com/watch?v=cJO22cegxBs

Sempre que me pego de alguma forma rodeado de pensamentos confusos sobre a vida artística, toda vez que me aflijo com as dificuldades dessa área tão complexa, assisto ao filme TOOTSIE. É um verdadeiro remédio, um bálsamo para encorajar qualquer novo artista.

Sem dizer que se trata de uma obra-prima do cinema americano.

Deixo aqui um pouco dessa minha esperança a todos os amigos (atores, diretores, produtores, escritores) que de alguma forma ganham a vida nas artes.

(na foto Dustin Hoffman e Jessica Lange na apaixonada cena final // no link a música tema, de Stephen Bishop "It Might Be You")

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

a cidade

Fiquei alguns meses trabalhando entre quatro paredes das 9h30 às 18h30, às vezes mais, às vezes menos, aos sábados, nos domingos. Fiquei por um bom tempo afastado das minhas fontes de energia criativa. Não pude participar do dia a dia acelerado da cidade, não pude ser testemunha ocular da última mudança da estação...

Dia desses voltei a caminhar pelas ruas movimentadas de São Paulo, senti o sol forte no rosto, desviei dos mais agitados. Nesse mesmo começo de noite retornei ao botequim de sempre e fui recebido de braços abertos pelos antigos amigos. Como sempre digo, botequim é um verdadeiro oásis para a inspiração e dessa vez não foi diferente. Numa das mesas a menina revelava às amigas, perplexas, que trairia sem constrangimentos o namorado; mais adiante um casal na casa dos 50 comemorava algo que juro, não consegui identificar o quê; no final do balcão, meio cabisbaixo, um cliente de longa data solitário; sozinho eu também estava, contudo, por mais que tentemos nos manter invisíveis aos olhos de outrem, os olhos da cidade parecem sempre encontrar um feixe de luz para refletir sobre nós. A cidade é um campo minado de possibilidades e isso é o que mais me enfeitiça na metrópole em que vivo.

Escrevendo este post me recorreu um exemplo notório de como a cidade pode ser um excelente tema para um roteiro cinematográfico.

No meu mais recente trabalho como produtor de eventos fiz questão de inserir este filme na programação. O festival aconteceria numa pequenina cidade do interior, tive medo da reação do público, mas para minha surpresa foi o mais aplaudido. Estou me referindo ao ótimo O SIGNO DA CIDADE, com direção de Carlos Alberto Riccelli e um belo roteiro criado pela não menos bela e inspirada Bruna Lombardi. O filme já tem pelo menos 2 anos de estrada e é realmente um dos meus preferidos dentro do chamado “novo cinema nacional”. Um roteiro consistente, a história que te pega a fundo, núcleos bem definidos, situações, pontos de virada, espaço para o riso, o choro, a reflexão e principalmente para a emoção, que a meu ver, quanto sentimento, é o mais sutil dos alvos que uma obra deve tocar.

marinheiro de primeira viagem

Continuando a amalucada incursão nesse novo universo da direção, aconteceu esta semana a segunda etapa do vídeo empresarial, o qual é meu debute na função.

Dois dias de filmagens, 5 da manhã em pé, escuridão na rua e eu topando a brincadeira. Chegamos à fábrica por volta das oito; aproximadamente 300 funcionários; 20 mil metros quadrados. O objetivo era captar imagens daquela gigantesca indústria de material pesado. Confesso que meu primeiro “ação” saiu meio tímido, mas eu estava lá pra isso.

Ângulos, diagonais, luz, movimentos de câmera, caraca, teve um instante que pensei: tô fazendo o quê aqui? Porém meu lema é, “trabalho aceito, trabalho cumprido” e “nunca se acovardar diante à tempestade”.

Tive sorte na equipe que me acompanhou, amigos que me deram toda a liberdade, me deram toques, me ensinaram, formamos realmente uma boa equipe. Descobri então que a direção de cena e atores será um prato cheio para minha imaginação de roteirista.

Falando em roteiro, nesse trabalho pude constatar mais uma vez como um bom roteiro é a base para qualquer projeto ser realizado com êxito. Não tínhamos um bom roteiro, tínhamos minha experiência como autor de vídeos institucionais e o amplo conhecimento do pessoal que me acompanhava. Conseguimos improvisar e criar, ali mesmo na hora, um plano de filmagem que se tornou o roteiro de edição.

Ah, ia me esquecendo. Já nesse primeiro encontro com a direção, além de uma platéia palpiteira que nos vigiou durante todo o tempo, tivemos que exercer “poder” em cima de um famoso jornalista, nosso astro principal... hehehe. Teve de tudo nessa embarcação.

Agora, sendo “sintético”, pra resumir o assunto, roteiro não é apenas um rabisco não, ele economiza tempo, faz a equipe se organizar, prevê o que dará ou não certo, é a partir dele que nasce um trabalho de qualidade. Nesse nosso caso em especial, conseguimos criar um interessante resultado final. Valeu!

Ps.: nas inúmeras situações da vida, em algum momento seremos marinheiro de primeira viagem. O importante é não desistir e crer em si mesmo.

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Roteirista de tv e cinema. Romancista. Idealizador. Produtor. Talvez um ilusionista...