segunda-feira, 7 de junho de 2010

A MORTE

Para mim, como autor, vejo a morte da forma mais romanesca possível. Dar vida a um personagem, seguir com ele pelos caminhos iluminados pela dramaturgia é algo de surpreendente. Decidir quem representará o ‘mal’ ou o ‘bem’, quem vai ser o mocinho ou o bandido, a heroína ou a megera, é tudo realmente um delírio. Determinar as características, inventar as situações e principalmente desenvolver toda a rede de intrigas que colocará uns contra os outros é sem dúvida o que mais gosto de fazer quando construo um roteiro ou um romance (lembrando que ainda não publiquei nenhum livro, por enquanto).

No entanto existe algo que supera qualquer criação, a MORTE de um personagem. Matar esse alguém, fuzilar, exterminar, acabar com a vida do vilão ou mesmo de um grande homem é algo que me tira o sono.

Um caso interessante foi quando gravavam um roteiro meu, o bandido, um canalha desgraçado iria morrer e morreu. Ao final da cena, não só o ator, mas várias pessoas da produção vieram pedir para ressuscitá-lo. Eu protestei “Pessoal ele morreu!” Mas pensando bem pode até ser que invente uma maneira de trazê-lo de volta. Não é usual, mas acontece.

Voltando ao ‘matar alguém’, no meu ponto de vista (POV), toda morte tem que ser rodeada por um clima especial, algo de retumbante, até exagerado. Para uma história desembocar na destruição de um personagem é por que ele de alguma forma se destacou, foi diferente, maldito, herói, autêntico, um mártir.

Não estou falando das vítimas de numa trama de serial-killers onde os mortos são inúmeros. Falo daquele personagem insuperável que de tão arrebatador não há outra saída a não ser aniquilá-lo, torná-lo um mito.

Comparando com a realidade, ela também é assim. Nossos mitos e ídolos, nesse grande teatro armado por Deus, sempre são extintos antes mesmo do espetáculo chegar ao fim.

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Roteirista de tv e cinema. Romancista. Idealizador. Produtor. Talvez um ilusionista...