domingo, 10 de julho de 2011

inspiração sem parcimônia

Muitas ideias para livros, argumentos para roteiros ou séries de TV, às vezes, nascem num dia em que o autor está lá, ouvindo uma musiquinha e de repente, pimba... a tal canção serviu como um misterioso passe de mágica para a inspiração vir com força total. Não que o que será escrito seja obrigatoriamente uma versão cinematográfica da música.

Escolher canções para a trilha sonora também é um ótimo exercício. Eu como autor, gosto de criar minha pastinha de ‘sons’ destinados à obra em construção.

Tenho grande predileção pelos artistas (cantores e compositores) brasileiros, e hoje, quando decidi escrever algo para o blog, logo me veio à mente João Bosco. Faz algumas semanas que ando escutando bastante esse consagrado nome de nossa arte, e me ocorreu, sim, que João é mesmo um grande escritor. Existe um algo de pós-moderno, talvez um neofuturismo que poucos conseguem identificar nas palavras organizadas e lapidadas por ele, para em seguida serem ritmadas com precioso esmero.

Me ocorreu também como todas as formas de literatura se confundem: a poesia, a música, os livros, as novelas, os roteiros.

Para existir o ‘algo a mais’, para ser destaque entre tantos concorrentes a uma vaga na Academia de Letras, é preciso experimentar, ir além do jogo de adjetivos e metáforas. João faz isso com total identidade e impressionismo.

Abaixo posto a letra de uma música criada por ele chamada Jade. Percebam os toques sutis das palavras, um jogo diferente, essa louca brincadeira no modo de compôr.

Jade virou hit aqui em casa, e com certeza fará parte de um próximo roteiro. Ando acordando com Jade já bailando em meu íntimo, ando viciado nela, nesse misterioso cubanacã, no quilate de mel, nessa excitante língua no céu de luz talismã, que de olhar verde abriu-se Sézamo em mim, pro fundo do oceano prá cá de ali.

É um prazer poder escutar Jade repetidamente e me encher de inspiração usando, sem parcimônia, da inspiração de João.


Jade (João Bosco)

Aqui meu irmão ela é coisa rara de ver
E jóia do Xá retina de um mar
De olhar verde já derramante
Abriu-se Sézamo em mim
Ah! meu irmão aqualouca tara que tem ímã
Mergulha no ar me arrasta me atrai
Pro fundo do oceano que dá
Prá lá de babá prá cá de ali
Pedra que lasca seu brilho
E que queima no lábio um quilate de mel
E que deixa na boca melante
Um gosto de língua no céu
Luz talismã misterioso cubanacã
Delícia sensual de maçã
Saborosa manhã
Vou te eleger vou me despejar de prazer
Essa noite o que mais quero é ser
1001 pra você....
Jade...Jade...Jade...

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Roteirista de tv e cinema. Romancista. Idealizador. Produtor. Talvez um ilusionista...