sexta-feira, 28 de maio de 2010

personagens

Não tenho dúvidas! A peça fundamental de qualquer história é o personagem. Ele viverá a ação, sofrerá as consequências, tentará buscar custe o que custar o seu final feliz, mesmo que esse não aconteça. É o personagem quem vai se expressar, morrer, é ele quem vai vingar tudo aquilo que for posto no seu caminho.

Construí-lo numa folha de papel é algo de misterioso, às vezes me sinto psicografando, eles tomam vida própria, não preciso nem pensar. A coisa vem como se eu fosse o pararraio de uma trama já existente em algum lugar invisível. Na imaginação, talvez.

Contudo, agora falando de roteiros, quando um personagem ganha um corpo, um ser humano que se deixará possuir, tudo muda de figura.

Num primeiro instante você acaba achando graça, ver aquele cidadão vestindo a roupa que visualizou, fazendo a cara que pensou, falando aquilo que julgou importante... Segundos mais tarde a realidade desaparece. Quando um ator começa a acrescentar detalhes ou mesmo sua própria visão do personagem, o criador percebe que seu trabalho terminou, já era, ponto final. E isso é muito bom, essa surpresa, essa mistura de visões.

Um bom ator pode despertar no personagem uma dimensão muito melhor que a imaginada. Entretanto o contrário pode acontecer, e um personagem fantástico acaba diminuído pela atuação, mas isso fica para um outro papo.

Para mim o personagem é alguém sem rosto, um ser disfarçado procurando entre prováveis anfitriões, aquele perfeito, o escolhido, o alguém exato para confortar sua alma inquieta.

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Roteirista de tv e cinema. Romancista. Idealizador. Produtor. Talvez um ilusionista...